sábado, 5 de janeiro de 2013

PROCESSO SELETIVO PARA AS TURMAS DE 2013 DA ESCOLA LIVRE DE TEATRO

 
 
 
Já fez a sua inscrição? 
 
Os textos obrigatórios para leitura estão disponíveis para xerox na papelaria que fica na Praça Rui Barbosa, em frente à Escola. 

Além deste Núcleo de Formação de Atores, abrem-se inscrições para outros oito núcleos diferentes. 


Fique atento às orientações e informações específicas de cada um dos processos de inscrição/seleção lendo o edital completo no blog http://escolalivredeteatro.blogspot.com.br/2012/12/edital-de-selecao-de-novos-aprendizes.html

Aguardamos vocês. Merda!

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Em 14/05/2012



MALÉOLO, CORPO, GRUPO, EMBATE, CEDER? FORÇA, OLHAR, SUSTENTAR, MAR, AREIA, MOLHADA, AREIA, FINA, FLORESTA, MONTANHA, OBSTÁCULOS, EMPURRAR, BOLHA, ATENÇÃO, CONDESCENDÊNCIA? RIGOR? CORRER, CORRER, CORRER, CORRER, CÉU, LUA, PRAÇA, VOZ, ANTA, TAMANDUÁ, FÔLEGO, SUSTENTAR, MÁSCARA, DESPERTAR, SENTAR, LEVANTAR, OLHAR, NEBLINA, CAMINHAR, MAR, PEDRA, MAR, FINGIR, VERDADES, INSPIRA, EXPIRA, CONTA, OITO, SETE, SEIS, SOLTA, EMPURRA, VOCALIZE, JOGO, RITMO, TOM, CANTAR, OLHAR, FRASE POR FRASE, SEXTA, HORÁRIO, ANDA, PARA, ENCOSTA, ASSOPRA, ESQUENTA, COSTELAS, MASSAGEM, RELAXAMENTO, DIMENSÃO, CENA, JOGO, ESFORÇO, CONSTRUÇÃO, BÍBLIA, COLETIVO, TROCA.


Maykol Arancíbia e Laís Loesch

sexta-feira, 4 de maio de 2012





em cima de cima assim e acima sobre do
alto e de alto a baixo debaixo ao lado atrás
e de lado a lado detrás e sob acolá e além
de ali depois pelo centro entre de fora
dentro na frente e já de agora em frente e
daqui defronte através e rente no fundo
no fundo no fundo em pé de repente perto
envolvido m torno envolvendo em volta
e por volta de e tambem no meio na mosca
no alvo na hora fora daqui mas a poucos
pés pouco a pouco aos pés através atrás de
viés e em e ainda mais e no fundo no fun-
do no fundo e ante e antes de então e então
durante e enquanto aqui por enquanto
adiante avante acerca e portanto ao largo
ao redor e lá nos arredores nos cantos cá
de passagem logo tangente longe distan-
te e onde no mundo no mundo no mundo


Extraído de:
AS COISAS
Arnaldo Antunes
São Paulo: Ed. Iluminuras, 1992

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Corpo Cênico, Estado Cênico



"Para ativar circuitos relacionais, o ator deve trabalhar tanto no sentido de aguçar sua criatividade como sua receptividade. Geralmente a criatividade é privilegiada em detrimento da receptividade, a força criativa em detrimento do poder receptivo. Estamos mais habituados a agir do que a distensionar, a ponto de sermos agidos; somos treinados para criar e executar movimento, não para ressoar impulso; geralmente sabemos ordenar e dar ordens ao corpo mais e melhor do que sabemos nos abrir e escutar. A busca por um corpo conectivo, atento e presente é justamente a busca por um corpo receptivo. A receptividade é essencial para que o ator possa incorporar factualmente e não apenas intelectualmente a presença do outro."


(Eleonora Fabião, "Corpo Cênico, Estado Cênico")


Maykol Arancibia

quinta-feira, 5 de abril de 2012

"Pode o TEATRO falar sobre o presente?" - O Drama Burguês

O teatro não tem uma única essência, existem teatros e teatros ao longo da história.
Agora, o que é o presente? O teatro pode falar sobre o presente? O grego não faria esta pergunta, pois os gregos vêem o tempo cíclico, seu tema principal é o mito, a problematização dos heróis que são dependentes do tempo, para eles o mundo sempre existiu e nunca vai terminar.
Mas para o homem medieval o tempo já está determinado pela providência divina. Então, ele utiliza-se de exemplos do que já foi feito para continuar vivendo, uma repetição de ações e pensamentos, afinal o homem não fazia parte da construção do novo, tudo já estava estabelecido. A forma teatral medieval é a missa, a religião, a salvação. O que interessa a ele é o evangelho. Para o homem grego é o mito.
Portanto, a pergunta tema trata-se de uma pergunta moderna.

No tempo da sociedade burguesa (séc. XV a XVIII), existe a ideia de que o passado e o futuro se estendem ao infinito. O passado ficou pra trás e o futuro ainda nem existe. Há um espaço para o novo, daí a valorização do tempo presente.
No mundo moderno o mito e a religião deixam o centro para o indivíduo. É o momento em que a pessoa tem escolha sobre seu próprio destino, é o que se chama de Ação Eletiva. Afinal, o futuro está aberto, ele não é mais determinado.


Surge nessa época o Drama Burguês que, em seu auge, é um gênero teatral que aparece com a burguesia. Dideroté o teórico do Drama Burguês, que não dá muito certo. É a burguesia inventando um teatro onde seus valores estão imbuídos de forma indireta, pelo drama.
Este gênero tem duas funções:

- A moral, segundo seu tempo. Ele acha que o teatro tem de ser transformador. Entende-se por transformador: esclarecer os homens, racionalizá-los; ensiná-los a amar a virtude e a odiar o vício.


(A moral é determinada por homens como um conceito de atitudes e ações aceitas pela sociedade, nada tem a ver com a política, polis, ou seja, com o que acontece na cidade).

(Virtude= disposição para seguir aquilo que é considerado regra, moral admitida numa época por um conjunto de homens em seu momento histórico).


- Outro aspecto, além da moral, por o presente em cena, de forma secundária, afinal, seu interesse é moralizar.
Pois, como é possível transformar o espectador? Para Diderot, você tem de agitar o público, transtorná-lo, levá-lo às lágrimas. Teatro ali não é a palavra, são as expressões faciais, os gritos, o corpo. Esse é um teatro ilusionista, é levar a platéia a crer que aquilo que está acontecendo ali é o que acontece no mundo, é o real.
Pra isso ele cria dois "gêneros intermediários"
- A Tragédia Doméstica
- A Comédia Séria
(Comédia é tratar de assuntos baixos do cotidiano, tudo de forma ilusória).

Neste ponto ele democratiza o teatro, afinal não são mais os reis e rainhas que figuram como personagem, é também a burguesia, o trabalhador. É a natureza humana, a sentimentalidade sua estratégia teórica, que tem a ver com interesses específicos. Ele vai mudando quem é objeto sério e quem é objeto de riso.
Diderot é o teórico do realismo, mas para ele realismo tem a ver com produzir um efeito do real.


O foco disso tem uma dimensão privada.
Ele considera o mundo privado o centro do teatro, figurado na família burguesa. E faz isso porque a família é o espaço ideal para o culto da virtude, a família é um bem supremo, único lugar onde se pode ser feliz, pois lá fora é o lugar da competição. Aí ele privatiza o teatro.

Lembrem que: teatro não é isso, isto é um teatro.

Diderot não separa conteúdo e forma. O drama ali é um teatro fechado para a relação interpessoal, a imagem do homem liberto das coerções externas. O centro do drama é a decisão do homem à partir de sua ação e vontade naquele momento.

Nota: nada mais interessante pro capitalismo que o homem seja senhor de seu destino, assim ele pode competir livremente, sem culpas ou moralismos, ele pode determinar o seu futuro sozinho e por qualquer meio.

O drama burguês, portanto, fala do homem que é livre e que só através do diálogo ele realiza suas vontades. Não há prólogo, prefácio ou posfácio, só existe o momento.
Neste drama não há futuro previsto, ele sempre é aberto para o novo. Só existe situação, personagem e diálogo. Situação, personagem e diálogo. Situação, personagem e diálogo. As palavras são só aquelas que saem da boca do personagem. O autor e a narrativa, no sentido figurado, desaparecem. A profundidade está no indivíduo e na privatização, não há mundo externo, não há influência externa, só existe a família.
Nesse ínterim, o espectador é um espectador passivo, que se constitui numa identificação pelo irracional. Se eu me identifico com o personagem, eu compro a dramaticidade, eu aceito para mim sua sensação e não penso ou discuto sobre ela.

Exemplo: filmes de Hollywood, quem nunca se colocou na situação da Rose e chorou quando Jack morreu congelado depois do Titanic ter naufragado?

A ação deste drama, aberto ao futuro, trata de ilusão, que trás uma imagem do que promete ser a modernidade: você vê a peça e constitui uma imagem do que é o presente.


Já o Teatro Moderno critica a imagem que a burguesia faz, mas sem negá-la, ele mostra que você é livre, mas questiona isso, critica o presente e promove abalos nesta realidade.


Lucas Nuti
Evoé.